Menu

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Apologética - Relativismo

Bom dia, meus caros. Até aqui nós vimos um pouco sobre Apologética de um modo geral: o que ela é, suas variações, seus objetivos e mesmo ideias de como utilizá-la de uma maneira mais abrangente e biblicamente correta. Hoje nós vamos abordar o Relativismo e (pelo menos tentar) demonstrar suas falácias. Então vamos lá.


Eis a famosa história do Relativismo (há variações dela, mas a ideia é a mesma): havia uma tribo de cegos numa região remota da Índia. Certa feita, chegou nesta tribo um elefante, mas ninguém ali conhecia aquele animal. Então o chefe da tribo chamou os três maiores sábios e pediu que cada um dele analisasse o bicho que dissesse o que era aquilo afinal de contas. 

O primeiro foi lá, pegou na perna do elefante e, vendo a firmeza dela, declarou sem medo: "Não é um animal, trata-se de uma árvore". Então vem o segundo e pega na orelha do elefante, e, por sua vez afirma categoricamente: "Não pode ser uma árvore, na verdade nem é um ser vivo, pois parece-se mais com uma cortina". Já o terceiro, assustado afirma: "De modo algum! Isto é uma cobra!", pois havia pegado na rabo do elefante.

A "moral" da história que o Relativismo prega é: somos todos cegos e cada um pode defender apenas o seu ponto de visto. Logo, a verdade é relativa, pois depende de quem fala e de seu ponto de vista. Parece tudo muito certo não é?

Mas deixe eu lhe perguntar: o elefante deixou de ser elefante? Hum.. acho que não. Seria ele uma árvore, uma cortina ou uma cobra? E ele por acaso é a junção de árvore + cortina + cobra? Olha, também acho que não. Logo, vê-se de imediato que a verdade não deixa de ser verdade só porque alguém não é capaz de expressá-la; mas já estou me adiantando, vamos voltar ao Relativismo.

Esta filosofia prega que não existe verdade absoluta. Não haveria ninguém para avaliar as diferentes verdades, logo, nenhuma poderia ser absoluta. Frases como "tudo é relativo" ou "essa verdade funciona para você, mas não para mim", são clássicas dessa filosofia.


Mas é muito difícil abordar estes conceitos sem ver a falha logo de cara: se tudo é relativo, então a afirmação "tudo é relativo", também é! Ora, é uma filosofia autodestrutiva, sem consistência interna lógica. Esta é a primeira característica dessa filosofia autodestrutiva.

Outra coisa: o mundo vive de absolutos e não variáveis. Se tudo é relativo, vamos fazer assim: eu sou dono de um açougue e 1kg de carne custa R$15,00 (tanto no meu açougue como em qualquer outro), mas como tudo é relativo, eu considero 1kg como 458g. Aí eu pergunto: quem é que vai querer comprar de mim, visto que eu sequer entendo um quilo como um quilo e sim como uma fração dele? 
O mundo não vive de variáveis, ele existe baseado em absolutos. Usar o relativismo só para embasar argumentos não o torna válido, mas uma falácia propriamente dita.

Ora, tudo que nós conhecemos é baseado em leis, sejam elas naturais ou criadas. Se nós inventarmos de relativizar os conceitos das leis vamos parar na cadeia (numa situação em que as leis sejam cumpridas de fato, né?). Ah! E quem se arriscaria a relativizar a lei da gravidade? Será que dá pra fazer isso? É possível realmente afirmar que tudo é relativo? Mas se tudo é relativo, como explicar os absolutos? Mesmo que toda humanidade acreditasse que a terra era plana ela deixaria de ser redonda?

"Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se," (Rm. 2:14-15)

Deus pôs no coração do homem a consciência, que está impressa no seu coração. Esta lei de Deus é a verdade (Jo. 17:17). A Palavra é eterna (Sl. 119:142,160), reta (Sl. 119:137), eterna (Sl. 119:142), vale para sempre (Sl. 33:11), imutável - algo que nem a ciência é (Is. 40:8, Tg. 1:17). A consistência interna disso é tamanha que o próximo post será somente sobre a Bíblia como verdade.

Mas não se engane. O Relativismo está de longe de ultrapassado, ele se molda às diferentes realidades e pode afetar nossas vidas de diversas maneiras. Um dos perigos que oferece é que, se não há uma verdade, então ninguém poderia interpretar a Bíblia e dizer que é a verdade (no próximo post veremos que é possível fazer isso: basta usar a própria Bíblia como base de comparação); além disso, Jesus não seria o único caminho a Deus e sim "um dos caminhos", ignorando Jo. 14:6.

Outro grande perigo: pragmatismo. A autorrealização se torna o novo foco, pois se é relativo, então o meu ponto de vista tem sua importância também e é preciso satisfazer o "eu". Como a verdade não é mais o foco, as pessoas vão à igreja para se sentir bem. A "experiência", o "encontro" com Deus, com o sobrenatural é mais valioso do que a própria Bíblia. 

Parece que ir à igreja, ter um relacionamento com Deus ou com o próximo só tem validade se sentimos alguma coisa. Aí você pode até dizer: "ainda bem que não sou assim", mas quando lê a Bíblia, se, ao final, não sentiu nada, parece que não valeu a pena, parece que "Deus não quis falar", como se a Palavra dele voltasse vazia! Geração que busca por sinais e sentimentos:

"Como afluíssem as multidões, passou Jesus a dizer: Esta é geração perversa! Pede sinal; mas nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas." (Lc. 11:29)

Os resultados se tornam mais importantes do que a própria verdade. Pregar, fazer programação, obedecer a Deus: só se for para "se sentir bem". O culto se torna algo para o homem e não mais para Deus, se a pessoa não "sentir algo" durante o culto, então, afinal, "porque ela perderia o tempo dela?". Jesus, nem de longe era assim:

"Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso: quem o pode ouvir? [...] À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele." (Jo. 6:60,66)


Como identificar, afinal, o que é a verdade? Esta parece ser a pergunta que surge. É bem verdade que nem tudo é relativo, mas algumas coisas são. Veja que não estou tentando argumentar que devemos absolutizar tudo, mas sim que nem tudo é relativo. Por exemplo, a temperatura ideal de um ambiente vai depender se a pessoa está perto ou não do condicionador de ar, se está de casaco ou não, se está acostumada com determinada temperatura ou não, etc... É relativo! Sim!

Mas nem tudo é relativo. O problema para identificar afinal, qual é a verdade é o seguinte: o coração do homem também é relativo. "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jr. 17:9)

Nós só podemos chegar em algo absoluto, como a verdade, partindo de uma base absoluta, fruto de um ser que é Absoluto. Quem conhecerá afinal o coração do homem, visto que nem ele mesmo é capaz de o discernir? A resposta está no versículo seguinte ao que lemos acima: "Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações." (Jr. 17:10)

Nós devemos desesperadamente voltar à Verdade objetiva: a Jesus. "Respondeu-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." (Jo. 14:6). É o ensino e aprendizado da verdade que o levará a verdadeiras "experiências" e "encontros" com Deus: não o contrário! Não tenha medo de abraçar a verdade absoluta em meio a este caos de relativos.

O crente não pode se isolar na Verdade, ele deve entrar na ofensiva, precisa mostrar que esta Verdade absoluta ainda existe. A sua primeira ofensiva é viver o verdadeiro Evangelho, é mostrar esta Verdade agindo em nossas vidas e, adivinha o que o conhecimento da verdade fará:

"Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." (Jo. 8:31-32)


Uma mentira repetida diversas vezes se torna verdade... Será? Na verdade, uma mentira repetida diversas vezes torna-se aparência de verdade, mas não é a verdade: o elefante continua sendo um elefante. Apenas conhecer esta verdade não é suficiente, nós temos que vivê-la, aplicá-la, mostrar que isto não é um mero produto de nossas mentes, é a Verdade que veio para trazer a vida!

Deixe esta Verdade abrir seus olhos e transformar sua vida também. 
Seja Deus vosso guia e vossa luz!

S.D.G.


P.S.: Aqui está a atividade desta aula. Se quiser fazer e me enviar, fico no aguardo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário